Abstinência absoluta ou abstinência relativa
Abstinência absoluta ou abstinência relativa
Manter-se em abstinência significa ficar sem usar nenhuma droga/álcool? Existe abstinência total ou absoluta? Veja que interessante, nesse estudo, veremos que não há abstinência total ou absoluta, mas apenas abstinência parcial ou relativa.
Pense na seguinte tese: quanto mais amplo
for o conceito dado à expressão “drogas/álcool” menor será a
probabilidade de obtermos a abstinência absoluta. Em outra toada, quanto menos
ampliativo for o conceito dado à expressão “drogas/álcool” maior será
a possibilidade de obtenção da abstinência absoluta. Penso, singelamente, que a
abstinência da totalidade das dependências ou dos comportamentos viciosos seja
algo utópico e incapaz de ser atingido.
A abstinência absoluta compreende a
interrupção de toda e qualquer forma do uso de drogas/álcool. Entretanto, como
vimos, quanto mais elástico for o conceito de drogas/álcool mais difícil será
obter a abstinência absoluta. Por exemplo, se entendermos que cafeína é droga –
como de fato é – para manter a abstinência a pessoa não poderá consumir
determinados refrigerantes, bebidas energéticas, compostos vitamínicos,
medicamentos, alimentos ou chás. Dessa forma, o conceito de abstinência
absoluta tem relação direta com a amplitude e abrangência dada ao conceito de
drogas/álcool.
A abstinência relativa, entretanto, deve
relacionar-se diretamente somente com as substâncias utilizadas durante o
processo de adicção ou algumas drogas correlatas. Por óbvio, seria impossível
para qualquer pessoa abster-se de utilizar todas as drogas/álcool que
existem porque isso seria impraticável já que, inclusive, muitos alimentos
também podem ser englobados pelo conceito de drogas/álcool.
Após todo esse raciocínio, podemos concluir que
a abstinência absoluta é uma utopia, mas a abstinência relativa é a realidade.
A abstinência é relativa porque se refere à privação do maior número de
drogas/álcool possível, mas não de todas as drogas/álcool que existem na
sociedade. Então, sobre esse tema, surgem algumas máximas abstemiológicas:
(I) A abstinência se
relaciona diretamente com a amplitude e a abrangência do conceito de
drogas/álcool.
(II) Quanto maior for
a elasticidade da definição de drogas/álcool menor será a probabilidade
de obter a abstinência absoluta, e vice-versa.
(III) A abstinência absoluta é
utópica, enquanto a abstinência relativa é real e factível.
(IV) A abstinência relativa
deve ter a maior abrangência possível para afastar o uso da maior quantidade
plausível de drogas/álcool.
(V) Quanto maior for o poder
de causar dependência que a droga/álcool tiver, maior deverá ser austeridade do
processo abstêmio, bem como maior deverá ser a extensão da abstinência
relativa.
(VI) Toda abstinência será
sempre relativa porque jamais conseguirá abranger a totalidade das
drogas/álcool ou comportamentos viciosos que existem no meio social.
Conclusões: a abstinência total ou absoluta, na
prática, é inviável. A abstinência parcial ou relativa é possível porque se
refere à droga/álcool que inviabilizou a existência digna da pessoa, bem como
as drogas/álcool correlatos e que podem causar a migração do processo de
adicção inviabilizando, novamente, a vida do abstêmio.
Leia a publicação na íntegra e entenda tudo isso.
Abstinência absoluta ou abstinência relativa (leia o texto na íntegra - clique aqui)
Bons estudos!
Escritor: Péricles Ziemmermann